sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Proposta do TST para funcionários dos Correios é ruim, diz sindicato

Presidente do TST propôs abono de R$ 800 e aumento real de R$ 60 a partir de janeiro aos trabalhadores

Karla Mendes, da Agência Estado
BRASÍLIA -

A proposta de reajuste aos funcionários dos Correios apresentada nesta sexta-feira, 7, pelo presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), João Orestes Dalazen (abono de R$ 800 e aumento real de R$ 60 a partir de janeiro) é "pior no longo e médio prazos" do que a proposta rejeitada pela categoria anteriormente (aumento real de R$ 80 a partir de outubro). Essa é a visão de José Rivaldo da Silva, secretário-geral da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect).

"A longo prazo, é pior. De imediato, é melhor", afirmou Silva. Ele explicou que o valor do abono pode chamar a atenção neste momento, mas uma parcela maior de aumento real gera reflexos sobre todos os benefícios dos trabalhadores, como o valor recebido por anuênio, adicional de 30% para carteiros, 13º salário e Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Ambas as propostas embutem um reajuste de 6,87% a partir de agosto, referente à reposição da inflação.

Silva ponderou, no entanto, que os termos da última tentativa de conciliação do TST são melhores que o julgamento do dissídio. "Os sindicatos têm que informar o risco do julgamento no TST. Oxalá o TST mude o acórdão e abone todos os dias (de greve). Mas não acredito que isso vai acontecer", ponderou.

Na segunda-feira, serão realizadas assembleias em todo o País pelos 35 sindicatos que representam a categoria. Caso pelo menos 18 dos sindicatos aprovem a proposta do TST, não haverá julgamento do dissídio, marcado para terça-feira, às 16h.

Racha

Conforme revelou a Agência Estado na última quarta-feira, um racha na base sindical fez com que representantes dos trabalhadores dos Correios em todo o País rejeitassem a proposta acordada na terça-feira entre o comando da categoria e a estatal perante o TST. Segundo fontes, sindicatos regionais comandados por PSTU, PCO e PSOL nunca fecham acordo com a ala do PT que comanda a Fentect, entidade que toma a frente das negociações com os Correios. Há ainda uma ala do próprio PT e do PCdoB que também batem de frente com a ala do PT que comanda a Fentect.

Se tal proposta fosse analisada somente do ponto de vista econômico, não teria havido reprovação por duas razões, principalmente. A primeira diz respeito ao aumento real de 9,9% a partir do mês de outubro, que representa o dobro das negociações salariais fechadas este ano, que não resultaram em índices superiores a 5%.

A segunda razão refere-se ao ponto mais crítico da queda de braço entre Correios e trabalhadores: o desconto dos dias parados. Na audiência de conciliação no TST, a estatal até fez a concessão de não descontar 15 dos 21 dias parados até terça-feira, mas jogou duro em relação aos seis dias que já foram descontados na folha de pagamento de setembro, algo que nunca havia sido feito antes. Era um "aviso" para que os trabalhadores pensassem duas vezes antes de aderir à paralisação nas próximas vezes.

Mas uma disputa política entre os sindicalistas acabou imperando. segundo essas fontes, muitos trabalhadores queriam aceitar a proposta, mas não se manifestaram de forma favorável para não saírem "queimados no partido".

Fonte: ESTADÃO.COM.BR

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