quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Presidente dos Correios diz que só negocia se greve for encerrada

Autor(es): Por André Borges | De Brasília

O presidente dos Correios, Wagner Pinheiro, afirmou que a estatal só vai negociar reajustes salariais caso a greve dos trabalhadores iniciada ontem seja encerrada. Ontem, segundo cálculos da ECT, cerca de 50 mil funcionários - de um total de 110 mil empregados da empresa - cruzaram os braços, embora os sindicatos afirmem que o número superou 80 mil pessoas.

O Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos (Sintect) informou que a greve não tem data para acabar. A paralisação de ontem impediu a entrega de 5,3 milhões de encomendas.

Os trabalhadores pedem um piso salarial de três salários mínimos (R$ 1.635), vale-alimentação de R$ 30 por dia e vale-cesta de R$ 200. Com a paralisação, os Correios suspenderam os serviços Sedex 10, Sedex Hoje e Disque-Coleta. Para minimizar os transtornos, deve entrar em operação um plano de contingência, com contratação de pessoal, realocação de empregados e horas-extras.

Apesar da emergência da situação com seus funcionários, a greve em todo o país não é o único problema que a estatal tem pela frente. Ainda este mês deve ser dado o primeiro passo para tentar resolver o imbróglio jurídico entre os Correios e sua rede de lojas franqueadas. A ECT publicará o edital de licitação das franquias ainda em setembro, disse ao Valor o advogado da Abrapost, Marco Aurélio de Carvalho, que representa as franquias.

O documento é aguardado com expectativa pelas lojas, que têm prazo para resolver o impasse jurídico com a estatal. De acordo com o governo, existem 1.424 pontos de franquias postais no país, mas apenas 227 delas tiveram os processos de licitação completamente concluídos, com contratos já assinados. No ano passado, os Correios apresentaram um edital para licitar as lojas em situação irregular, mas os franqueados foram à Justiça contra a proposta, alegando que a intenção da ECT era aproveitar a situação para retirar parte dos serviços que prestam e reduzir comissões pagas aos franqueados.

No fim de 2010, o governo retirou a proposta do edital, decisão que, segundo a Abrapost, evitou um "colapso postal". Em março, o Senado aprovou medida provisória que prorrogou os contratos até 30 de setembro de 2012.

"Acreditamos que há chances de ter as franquias devidamente contratadas até primeiro trimestre do ano que vem", comentou Marco Aurélio de Carvalho.

A rede de franquias dos Correios, que detém 30 mil trabalhadores, vê com "preocupação" a paralisação dos funcionários da ECT e aguarda por um desfecho rápido da situação. "Recebemos essa notícia com apreensão porque, além de afetar a população de todo país, mexe diretamente com as operações dos franqueados, diz Carvalho.

As lojas franqueadas continuam trabalhando normalmente, mas seus serviços referem-se apenas às etapas de pré-postagem de cartas e encomendas. A entrega fica por conta por carteiros, que são funcionários públicos contratados diretamente pela ECT. "Essa situação atrapalha tudo, porque o serviço não é concluído. As franquias continuam operando, mas o consumidor tem que saber que sua encomenda não será entregue ao destino final."

Fonte: Valor Econômico

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