sexta-feira, 18 de março de 2011

MP que prorroga contratos de franquia dos Correios deve ser votada até quarta

Helena Daltro Pontual / Agência Senado

Precisa ser votada até quarta-feira (23) a medida provisória (MP 509/10), que prorrogou até 30 de setembro de 2012 os contratos de franquias de serviços da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) que ainda não foram licitados ou são questionados na Justiça. O prazo havia vencido em novembro de 2010. A matéria tranca a pauta do Senado e consta da ordem do dia da sessão de terça-feira (22).

Na sessão de quarta, o Senado não deve ser palco de episódio semelhante aos da semana passada, quando o Plenário, para firmar o descontentamento com o prazo apertado para a avaliação das medidas provisórias, rejeitou a MP 508/10 e enviou de volta para a Câmara a MP 507/10, que perdeu a validade. Embora os senadores estejam unidos no entendimento de que não cederão às pressões para aprovar MPs a toque de caixa, isso não deve acontecer com a MP 509/10.

Em conversa com a Agência Senado na noite desta sexta-feira (18), o líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), frisou que a base governista deve trabalhar pela aprovação da matéria:

- É uma MP que trata de milhares de empregos e de uma atividade que dá amplo atendimento à população brasileira. Nossa posição foi firmada nas outras medidas provisórias, mas nessa vamos trabalhar para votar a tempo e aprovar - garantiu.

Conteúdo

Calcula-se que existem cerca de 1.400 empresas de pequeno e médio porte franqueadas pelos Correios nessa situação. As agências franqueadas terão prazo de 12 meses para fazer as adequações e padronizações definidas pelas normas técnicas da ECT, conforme estabelece a proposição. A matéria altera a Lei 11.668/08, que trata da franquia postal.

Uma das mudanças feitas pelo relator da matéria na Câmara, deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), foi a ampliação do prazo de 11 de junho de 2011 - proposto pelo Executivo na MP - para 30 de setembro de 2012. Berzoini também acatou emenda que concede prazo de um ano para as novas agências franqueadas dos Correios se adequarem às padronizações definidas pela ECT por meio de suas guias e normas técnicas. Com as mudanças, a MP transformou-se em projeto de lei de conversão (PLV 5/2011).

A obrigatoriedade de realizar licitações para as franquias foi instituída pela MP 403/07, transformada na Lei 11.668/08. A lei determinou que todos os contratos vigentes até 27 de novembro de 2007 teriam sua eficácia estendida por dois anos, contados da regulamentação, que ocorreu em novembro de 2008. Por esse motivo, o prazo final vigente era novembro de 2010.

Franquias

Segundo Berzoini, o sistema de franquias começou a ser utilizado pela ECT em setembro de 1990, mas a empresa adotou essa medida sem respeitar procedimentos de licitação constantes na legislação de compras e contratos governamentais.

Conforme informações do Ministério das Comunicações, foram contabilizados, em novembro de 2010 - época da edição da MP 509/10 - 1.424 pontos de franquias postais existentes no país. Destes pontos, 227 tiveram o processo de licitação concluído, com contratos assinados e vigentes. Outros 504 estavam com as licitações em andamento.

Havia, no entanto, nessa época, 519 processos suspensos por força de liminares concedidas pela Justiça. Dessa rede, participavam 1.400 empresas de pequeno e médio porte, respondendo por mais de 20 mil postos de trabalho, conforme informações de Berzoini.
Devido aos questionamentos na Justiça, o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou, em setembro de 1994, que fossem adotadas providências para adequar essa situação à Lei 8.666/93, que institui normas para licitações. Uma segunda decisão do TCU abriu exceção para as agências de correio franqueadas que já estavam operando e aquelas em processo de contratação.

Os contratos com as franqueadas foram sucessivamente prorrogados por MPs sem que a ECT os regularizasse, segundo Berzoini. O que a atual MP faz é, portanto, prorrogar mais uma vez os contratos de franquia postal.

"As sucessivas prorrogações denotam que a ECT não tem sido capaz de proceder à transição dos contratos de franquia para os moldes recomendados", diz o relator da matéria na Câmara. Segundo ele, a ECT teria que investir entre R$ 450 e R$ 550 milhões em instalações, equipamentos e pessoal de atendimento para poder assumir as franquias.

"Diante de tal desafio, parece claro que o mero cancelamento dos contratos de franquia é impraticável, o que torna indispensável sua prorrogação", conclui Berzoini

Fonte: Portal de Notícias Senado Federal

16 comentários:

  1. Alguém sabe em que situação estão as AGFs já abertas? Principalmente aquela de Ourinhos, cujas declarações do proprietário foram tão repercutidas pela ECT?

    ResponderExcluir
  2. Assinei o contrato semana passada. Alguém pode me dizer se estes 12 meses para adequação que está na MP 509 vou ter direito?

    ResponderExcluir
  3. Aos colegas que ja assinaram contratos, portanto AGF`s : sugiro que estejam alinhados com os advogados de suas Abrapost ou seus advogados, para que, imediatamente apos a publicacao da MP no DOU, ingressemos com Mandados de Seguranca visando garantir nossa operacao como ACF`s ate o prazo final da MP, impedindo a inauguracao de nossas agencias como AGF`s

    ResponderExcluir
  4. Obrigado colega pela dica. Mas tenho uma duvida: A MP dá o prazo para a ECT concluir as licitações, nós estamos no processo de conclusão, pois já assinamos o contrato e estamos andando. Será que algum juiz vai entender o contrario? Acho que esta ação que você está propondo será cabível se o edital for revogado ou anulado. Estou certo?

    ResponderExcluir
  5. Bom dia parceiros de luta. Será que alguém já tem informação de como vai ficar, para aqueles que estão com suas licitações fracassadas, desertas e revogadas? Aqui no nordeste, no norte e também no sudeste, tem varias situações desta. Uns porque foram desclassificados por causa de área, outros pela documentação e outros também não entraram porque não acharam interessante por se tratar de um modelo inviável. Será que a ECT pode fechar a gente a qualquer momento ou terá que obedecer o prazo da MP? Ou será que seremos salvos só com a retirada do edital?

    ResponderExcluir
  6. Existe estratégia para todos os casos, permaneçam alinhados com a associação após a edição da MP no DOU. União pessoal, o cenário demonstra a solução através da união, ou será que ainda não ficou claro.

    ResponderExcluir
  7. Calma meus colegas, será, na minha opinião muito complicado para a ECT administrar sua rede de franquias de maneira desigual, todos terão o mesmo regime. Explicando-me o que for validado para um será para outro igualmente. Estou certo?

    ResponderExcluir
  8. Não sei não colegas, pelo que tenho conversado com alguns do Correios, tem sim como trabalhar com dois modelos. Hoje eles já trabalham: ACF e ACCI. Acho que se o edital sair da rua, não vai nos beneficiar, pois a fase de edital já passou. Já assinamos o contrato. Cabe a nós escolhermos o que queremos: Continuar com este contrato ou tentar fazer um destratado para podermos participar do outro edital, caso tenha. Vocês devem ter visto que o próprio líder do governo o deputado Vaccarezza entende que com a MP os editais devem ser substituídos por outro.
    Não acredito que a ECT vá fazer alguma modificação neste contrato que assinamos, mesmo porque, é ilegal e choveria ação em cima da ECT. O melhor mesmo é esperarmos os próximos passos. Com certeza as Associações irão sinalizar o caminho que temos que trilhar. Agora vamos manter a calma e a união, qualquer ato impensável pode prejudicar todos os que assinaram, inclusive eu. Arrependo-me muito de ter assinado, e não assinei enganado, eu sabia que o contrato era ruim, mas tinha esperança que alguma coisa ia acontecer no meio do caminho.
    Acho que temos que tomar muito cuidado em não acreditarmos em porção mágica!

    ResponderExcluir
  9. E como ficam as promessas mentirosas da ECT, feitas através do seu ex-presidente??? A ECT mentiu, levou muitos empresários a assinar contra a vontade esse contrato, ameaçando-os de fechamento sumário, obrigou-os e ainda está obrigando-os a gastar milhares de reais e agora vai sair bela e formosa, dizendo apenas "desculpa, foi mal"???. Gostaria de saber quem vai resolver esse pepino! Muita gente despediu pais e mães de família e está em vias de quebrar por causa da incompetência e irresponsabilidade dos dirigentes da estatal. É preciso não nos esquecermos disso!!!

    ResponderExcluir
  10. Muito facil: ação judicial neles, daquelas bem escabrosas, pedindo ressarcimento por danos materiais, morais e até por assédio moral pelas "noticias" ameaçadoras via SUT/INTRANET que o ex-presidente soltava.

    Todos, desde o Helio Costa até esses de hoje em dia são culpados, porem o talzinho com aquele cabelinho de gigolô da Rua Rego Freitas - que ainda hoje em dia tem uma boquinha no metrô do DF- conseguiu se superar no quesito "sou um estr*me" andante.

    ResponderExcluir
  11. E ganhou a nota máxima no quesito falante!

    ResponderExcluir
  12. Sim..., devem existir estratégias, mas quais são? Não há outra estratégia mais oportuna senão a de a EBCT derrubar o Edital. Não há como trabalhar com dois regimes distintos...
    Já se falou aqui de ACC1 e ACF cujas diferenças não podem ser tipificadas como "regimes distintos" (sic). Na verdade são limites de faturamento distintos. Agora o comissionamento é igual, as regras são iguais, a possibilidade de negociação com clientes é igual...
    Não se iludam: se esse Edital não for retirado pela EBCT amigos estamos todos no "sal"

    ResponderExcluir
  13. Espero que na próxima assembléia da ABRAPOST possamos sair já com as ações a serem tomadas, totalmente definidas. Especialmente as que dizem respeito ao engôdo e às ameaças perpetrados pelo ex-presidente da ECT e outros membros da estatal, contra os franqueados. É preciso chamar à responsabilidade esse senhor e companhia bela.

    ResponderExcluir
  14. "Esse senhor", por mais asqueroso que seja/tenha sido, era presidente da companhia, representava a mesma. Qualquer providência tem que ser tomada contra a CIA e não contra o cidadão, que é uma mala.

    ResponderExcluir
  15. Mas, se não me engano, esse falastrão poderia ser responsabilizado, também, numa ação civil pública, pelos prejuízos causados à estatal, durante a sua lamentável gestão. Não devemos deixar barato, pois é bom que os dirigentes presentes e futuros da ECT saibam que suas atitudes terão consequências.

    ResponderExcluir
  16. Bom dia. Estamos na torcida para que hoje a MP seja aprovada no senado. Quero agradecer aqui, em nome de vários franqueados, pois tenho certeza que é o sentimento da maioria, o desempenho da Abrapost. Muitos deixaram suas famílias e suas agências para se dedicarem a nossa causa e “SEM PREVILEGIO” algum, diferente de como já foi dito aqui neste blog.
    Esperamos que assim que seja aprovada a MP, a Abrapost nos chame para passar para nós que já assinamos o contrato, o que ela vai fazer para nos ajudar, pois não queremos inaugurar as nossas AGFs. Tenho certeza que podemos ficar tranqüilos, pois a Associação existe para isso, para defender os interesses de seus associados.

    ResponderExcluir

O Blog é o seu canal de relacionamento para troca de informações e experiências sobre a trajetória de luta da rede franqueada.
Por isso, é muito importante que você continue expondo sua opinião neste espaço democrático.
E para que o Blog reflita fielmente os anseios e opiniões da rede estabelecemos critérios para a liberaçao de posts:
Aprovamos comentários em que o leitor expressa suas opiniões. Comentários que contenham termos vulgares e palavrões, ofensas, dados pessoais (e-mail, telefone, RG etc.) e links externos, ou que sejam ininteligíveis, serão excluídos. Erros de português não impedirão a publicação de um comentário.
O objetivo é tornar este espaço aberto a todas as pessoas que desejam expor suas colocações com seriedade e para que essas opiniões possam ser motivo de interação por parte de outros membros. Ao mesmo tempo, evitar que mensagens com insultos, ofensas pessoais ou, ainda, com conteúdo de baixo calão sejam reproduzidas neste espaço.
Os comentários dos leitores não refletem as opiniões do blog. Comentários que citam nomes de colegas franqueados só serão publicados com autorização dos mesmos. Todos os comentários serão analisados pela equipe de comunicação antes de serem publicados
e-mail para contato: acf.correios@gmail.com