Autor(es): Mauro Zanatta | De Brasília
Valor Econômico
A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (EBC) estuda abrir subsidiárias para oferecer novos serviços em áreas como logística e pré-postagem de correspondências e encomendas postais, informou o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo.
"Vamos abrir subsidiárias, mas não o capital. Temos um debate sobre as subsidiárias que podem atuar em outras áreas, mas ainda não decidimos exatamente onde será", disse o ministro ao Valor, após a posse do novo presidente dos Correios, o petista Wagner Pinheiro, ex-presidente do fundo de pensão Petros.
A estatal busca, dessa forma, reagir ao avanço da concorrência interna de gigantes do setor postal e replicar a estratégia adotada por empresas-modelo como a alemã Deutsch Post. Na plateia do auditório, estavam o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, e outros três executivos do banco, que mantém parceria com a estatal no Banco Postal.
Os Correios também "estão prontos" para iniciar operações internacionais, a começar por países vizinhos como Paraguai e Argentina. "Estamos ficando para trás nessa corrida. Temos 63% da receita atrelada a correspondências enquanto outros Correios no mundo têm 60% a 70% vinculados à encomendas e logística", disse ao Valoro ex-presidente Davi de Matos.
A presidente Dilma Rousseff também já decidiu, segundo o ministro Paulo Bernardo, que os Correios não terão, neste momento, sua própria frota de aeronaves para atuar no transporte aéreo de correspondências. "Para o transporte aéreo, o brigadeiro acha que tem que ir com calma. É temerário agora", afirmou. O brigadeiro da Força Aérea Brasileira (FAB) mencionado pelo ministro é o oficial José Eduardo Xavier, que será nomeado hoje o novo diretor de Operações da estatal.
Envolvida em escândalos policiais desde o início de 2005, com acusações de uso partidário da empresa para benefício de políticos e partidos, a estatal viveu ontem a nomeação de quatro novos diretores. Três deles teriam ligações com o PT e outro seria vinculado ao vice-presidente da República Michel Temer. O ministro Paulo Bernardo negou ingerências partidárias na composição da nova diretoria. "Não pode achar que está tudo certo. O governo vai acompanhar de perto. Mas ninguém foi indicado por partidos. Fiz uma pesquisa de informação de currículos. O critério foi a experiência", afirmou. O novo diretor financeiro, Luiz Mário Lepka, é servidor do Banco Central. E Antonio Luís Foschino é funcionário do Banco do Brasil. Mas José Furian Filho (SP) e Larry Medeiros de Almeida (RS) vêm de diretorias regionais. Segundo apurou o Valor, todos teriam ligações mais ou menos intensas com o PT. O diretor remanescente Nelson Oliveira de Freitas também seria vinculado ao PT.
O ministro Paulo Bernardo disse, ainda, não temer as brigas políticas de diretoria que teriam dado origem aos recentes escândalos e acusações na estatal. "A diretoria será coordenada pelo Wagner. Vão quebrar o pau lá, mas, na hora de decidir, vai baixar o centralismo democrático. Essa diretoria vai ser coesa", garantiu.
Aos presentes no auditório da estatal, Bernardo atribuiu a nomeação de Wagner Pinheiro à própria Dilma Rousseff. "A presidente Dilma me pediu: "Traga o Wagner que eu quero benzer". Ele foi à Granja do Torto e acabou nomeado pela própria presidente", afirmou. E reafirmou que ele terá que resolver problemas urgentes como a contratação de novos servidores, licitar serviços de transporte aéreo e renovar os contratos das franquias.
Em seu discurso de posse, em meio a sindicalistas bancários e petroleiros, o novo presidente dos Correios prometeu transparência nas ações da empresa. "Não permitiremos que interesses de qualquer espécie nos desviem dos nossos objetivos", disse ao agradecer a presença do presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, e da Transpetro, Sérgio Machado. "Vamos ficar mais em linha e mais transparente com a sociedade", disse. "Não vamos medir esforços para aprimorar o que deve ser aprimorado e mudar o que deve ser mudado". Pinheiro afirmou que fará esforços para não decepcionar Dilma Rousseff. "Vamos cumprir o projeto de governo".
Fonte: Valor Econômico
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