sábado, 25 de setembro de 2010

Parece que vem aí uma eleição

Lendo o noticiário, vejo que as pesquisas apontam uma candidata como a vitoriosa já no primeiro turno das eleições presidenciais. Diante disso, algumas perguntas me causam certa inquietação. A primeira delas seria saber se a vitória indicada nas pesquisas é da candidata ou na verdade daquele que foi o responsável direto (Lula) pelo lançamento de tal candidatura?

Pelo que parece a vitória vai ser do Pai do PAC e não da mãe do PAC, embora a figura da mãe para os brasileiros tenha uma conotação mais fraternal e afetuosa. No dia 3 de outubro você vai consentir que também não viu, que não sabia e que não leu? "Nunca na história deste País" vimos algo tão cínico, para não dizer outra coisa.

Parece que estamos cada vez mais perto de vermos a continuação da politização, sem igual, dos cargos públicos mais importantes desse País, da utilização do apelo populista, da realização desmedida de dossiês para atingir políticos, às vezes do próprio partido (até um ex-assessor especial da Presidência da República, Freud Godoy, foi suspeito de envolvimento no caso de dossiê contra tucanos), do apoio a ditaduras e a aproximação de
regimes tiranos e fundamentalistas no exterior.

Parece que essa eleição vai ser a oportunidade desse povo referendar que, como o presidente, também não sabia do tal "mensalão", daquele caso Waldomiro Diniz (homem de confiança do ex-ministro José Dirceu investigado por supostamente negociar com bicheiros o favorecimento em concorrências, em troca de propinas e contribuições para campanhas eleitorais), do escândalo dos Correios, da quebra do sigilo da conta de um simples caseiro para chantageá-lo (fato que levou a queda do ex-ministro Antonio Palocci) e outras quebras feitas pelos chamados "alopradros", do apoio a permanência na presidência do Senado a Renan Calheiros (PMDB-AL) e José Sarney (PMDB-AP), do flagrante de US$ 100 mil na cueca e R$ 209 mil numa mala de um auxiliar do deputado estadual José Nobre Guimarães (PT-CE) (Guimarães é irmão do ex-presidente nacional do PT José Genoino), da crise no setor aéreo brasileiro, entre outras.

Será o ato de creditar que o presidente, realmente, como afirmou, não leu ao assinar o decreto (elaborado pelo próprio governo) que instituía o novo Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH 3), uma tentativa de revés na luta dos Direito Humanos no Brasil por causa de trechos como: a legalização do aborto; a possibilidade de realização de plebiscito sem a aprovação do Congresso Nacional; que criaria uma câmara de conciliação para mediar conflitos durante ocupações de terra, retirando do Poder Judiciário a prerrogativa de determinar a reintegração de posse de terras ocupadas por movimentos sociais; o controle sobre a liberdade de imprensa e de expressão favorecendo a censura; que estabeleceria a "Comissão da Verdade" para apurar torturas e desaparecimentos durante o regime militar.

Lembrando que o PT oficializou dia 23/01/2010 a volta de nomes envolvidos no escândalo do mensalão à direção do partido. Assim, José Dirceu, João Paulo Cunha e José Genoino estão compondo o Diretório Nacional.

Mesmo com sucessivos escândalos, parece mesmo que os senhores que governam esse País vão continuar sentados lá. Bom, se é tempo de milhares seguirem falsos líderes na internet, porque não aceitarmos, por meio do voto, que é tempo de glamorização da ignorância. O que será que vem por aí agora? Vem aí agora o avanço contra liberdade?

E o PMDB, pouco moderado, cheio de "caciques", voraz por cargos políticos importantes, se dará bem com o autoritarismo da Presidenta Dilma? Enfim, é a respeitável manifestação da democracia, a simples obtenção da vontade majoritária retirada da consulta de todos nós. Aos vencidos, num primeiro momento, só resta o "relaxa e goza".


Haroldo Camargo Barbosa
Especialista em Direito Civil e Processo Civil pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), mestre em Tutela de Direitos Supraindividuais pela Universidade Estadual de Maringá ( UEM), professor e advogado

Fonte: odiario.com

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