Cristiane Felix
Além do desfile comemorativo, a manhã do Sete de Setembro foi marcada também por manifestações. Concentrados no Largo da Vitória, cerca de 300 pessoas, entre proprietários e funcionários das agências franqueadas dos Correios de Salvador, fizeram uma passeata até o Campo Grande. O objetivo foi chamar a atenção das autoridades para o problema da aplicação do edital nacional lançado pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), que pode gerar o fechamento de cerca de 80% das 41 agências franqueadas de Salvador após o dia 10 de novembro.
Após a passeata, o presidente da Associação das Franquias dos Correios na Bahia, Roberto Maron, conseguiu ser recebido pelo governador Jaques Wagner e pelo secretário de Relações Institucionais do Estado, Emilson Piau, e entregou uma carta oficial que esclarece a situação, mostrando a realidade dos fatos e pedindo que o governador interceda junto às autoridades federais para uma possível suspensão ou readequação das exigências do edital.
Ao receber o documento, os representantes estaduais com o presidente da associação se colocaram à disposição uma audiência, que será marcada para a segunda quinzena de setembro, que contará com a participação da secretária da Casa Civil do Estado, Eva Chiavon. “O encontro será a oportunidade que precisamos para esclarecer com mais detalhes a situação e darmos a dimensão do problema ao Governo do Estado” explicou Maron.
Lançado pela ECT, o edital foi aprovado pelo TCU (Tribunal de Contas da União) em agosto desse ano, e propõe a redução do pagamento da taxa de participação, paga pelos Correios às franquias, que hoje varia de 40% a 10%. O novo edital reduz esses índices para 29,5% a 5%, taxa de participação que, segundo a Abrapost, associação que representa os franqueados em todo o país, inviabiliza a maior parte das lojas. Além disse, o documento cobra uma readequação estrutural do espaço das agências, o que, para muitos franqueados, é inviável.
Desde a aprovação do edital pelo TCU, no último mês de agosto, centenas de processos judiciais foram movidos pela rede de franquias e associações representativas, contra as novas regras de negócio impostas pelos Correios. Alguns estados no país conseguiram êxito na suspensão da aplicação do edital. Ainda assim, a ECT se manteve disposta a levar adiante sua nova proposta para os franqueados.
Em Salvador, com a aplicação do edital, a partir do dia 10 de novembro, estima-se que 33, das 41 atuais agências franqueadas, teriam que fechar as portas. À nível nacional, o fechamento seria de mil agências e, como consequência, milhares de funcionários seriam demitidos. Das 12,6 mil lojas dos Correios espalhadas pelo país, 1.415 mil são franquias e somam 5 mil guichês.
Fonte: Tribuna da Bahia
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