sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Ex-diretor dos Correios diz que não pediu dinheiro para ninguém e que não estava autorizado para isso

Geralda Doca

BRASÍLIA - O ex-diretor de Operações dos Correios Marco Antonio de Oliveira confirmou ao GLOBO que atuou para facilitar a aprovação do projeto de energia solar da empresa EDRB no BNDES. Mesmo trabalhando numa área distinta do governo, disse que encaminhou o referido projeto à Casa Civil, pelas mãos de seu sobrinho, Vinícius Castro, demitido no início desta semana. Ele nega que tenha pedido dinheiro para campanha eleitoral, como denunciou o empresário Rubnei Quícoli.



Diz que conhece Israel Guerra, filho da ex-ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, mas que nunca tratou do negócio diretamente com ele.

O senhor trabalhava numa área distinta. Como conheceu o empresário Rubnei Quícoli?
MARCO ANTONIO DE OLIVEIRA: Fui apresentado a ele por um amigo em comum, num almoço no restaurante Porcão da Ilha do Governador. Depois, eu me encontrei com ele várias vezes em Brasília, no meu apartamento no Blue Tree, e depois em São Paulo.

Quem era esse amigo em comum?
OLIVEIRA: Tem tanto tempo... Era uma mesa redonda com cinco ou seis pessoas...

O senhor pediu dinheiro ao empresário?
OLIVEIRA: Não pedi dinheiro para nada, para ninguém. Não estava autorizado para isso.

E os valores acertados (comissão à empresa de consultoria Capital Assessoria, dos filhos da ex-ministra Erenice Guerra)?
OLIVEIRA: Eu não conheço esse assunto, nem as tratativas dele.

Quando o Israel Guerra, filho de Erenice, entrou nessa história? O senhor participou de algum encontro com ele?
OLIVEIRA: Não sei. Só tive a possibilidade de apresentar o projeto à Casa Civil por causa do meu sobrinho Vinícius, que trabalhava lá e auxiliava a Erenice.

Quando isso ocorreu?
OLIVEIRA: Em agosto ou setembro do ano passado. Para a minha surpresa, depois de uns 20 ou 30 dias, ele foi convidado para fazer uma apresentação, e, assim, ele fez.

O senhor é amigo de Erenice Guerra?
OLIVEIRA: Amigo, não. Sou conhecido da Erenice. Se fosse tão amigo dela, não seria demitido (dos Correios). Ela não teria me deixado sair.

É amigo do Israel Guerra?
OLIVEIRA: Conheço.

E o Saulo (irmão do Israel, sócio da Capital)?
OLIVEIRA: Não sei quem é.

A Sônia (Castro, sócia da Capital) é sua irmã...
OLIVEIRA: É. Foi a maior tristeza da minha vida a Sônia ter assinado esse contrato (da empresa Capital), essa porcaria. Ela mora no interior de Minas (em Juiz de Fora), tem as mãos arrebentadas de tanto trabalhar e cuidar da minha mãe, que é idosa e está doente. O filho mandou assinar, e ela assinou. Coitada, agora está envolvida numa porcaria dessas. E eu nunca vou poder negar que ela é minha irmã e ele, meu sobrinho.

A acusação de Quícoli de que o senhor pediu dinhei
OLIVEIRA: Ainda vou pensar nisso porque acredito que ele ainda vai refletir sobre o que falou.

O senhor conhece Marcelo Mello Escarlassara e Aldo Wagner (sócios da EDRB)?
OLIVEIRA: Não os conheço, mas não posso dizer que nunca vi o Marcelo e o Aldo. Acho que os vi numa reunião, agora, não sei quem é quem.

Por que o senhor defendeu o projeto da EDRB, sendo de outra área?
OLIVEIRA: Sou engenheiro. Era um projeto de geração de energia, por meio de energia solar e que resolveria o problema no Nordeste. Eu fiquei encantado com o projeto e resolvi mandar para meu sobrinho, Vinícius Castro. A Casa Civil gostou dos projetos, e ele foi chamado lá para fazer a apresentação.

Fonte: Extra Online

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