quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Franqueados estudam cancelar contratos

Correios: ECT comunica plano de contingência a cerca de 200 clientes que faturam mais de R$ 3,4 milhões

André Borges, de Brasília

O agravamento das relações entre a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) e suas franquias aumentou o risco de o país enfrentar problemas de paralisação postal no fim do ano. O entendimento entre a estatal e seus parceiros, que já está deteriorado, agora tende a piorar com a decisão de parte dos franqueados em situação regularizada se articularem para cancelar os contratos de licitação assinados com a ECT.

Segundo a Abrapost, associação que representa os franqueados, franquias de todo o país se mobilizam para pedir o cancelamento dos contratos. "Os proprietários perceberam que as regras atuais simplesmente não garantem qualquer viabilidade econômica", diz Marco Aurélio de Carvalho, advogado da Abrapost.

A decisão dos franqueados segue na contramão do que os Correios esperavam. A ECT controla hoje 1.415 franquias no país, mas todas elas concedidas na década de 1990 sem licitação. Depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) deu - há mais de um ano - a data limite de 10 de novembro para elas regularizarem essa situação, 187 lojas fizeram o processo licitatório e fecharam seus contratos. As demais entraram com ações da Justiça e conseguiram barrar o edital da ECT, sob alegação de que as novas regras esvaziam os negócios e incentivam o repasse de clientes de grande porte para empresas privadas.

Ainda assim, os Correios tinham a expectativa de que pelo menos 400 dessas lojas cancelassem suas ações na Justiça e fizessem a licitação. "A situação se agravou e segue o caminho inverso", diz Carvalho. "Boa parte daquelas franquias que fecharam contrato agora vai pedir rescisão do acordo."

A Abrapost não soube informar quantas das 187 lojas já regularizadas decidiram voltar atrás. Procurada pela reportagem, a ECT informou, por meio de sua assessoria de comunicação, que até ontem não havia recebido nenhuma notificação sobre pedidos de cancelamento de contratos.

Há alguns dias os Correios começaram a enviar cartas para clientes de grande porte com informações sobre seu plano de contingência para garantir que o setor não entre em pane. A chamada "carteira de clientes estratégicos" reúne um grupo de cerca de 200 clientes com faturamento anual superior a R$ 3,4 milhões.

O plano é orçado em R$ 425 milhões. Com esse dinheiro os Correios querem montar 400 lojas temporárias no país, das quais 140 serão erguidas em lojas da própria ECT e 260 em imóveis alugados. Segundo a estatal, essa estrutura vai garantir 3,3 mil guichês de atendimento, com 5 mil funcionários temporários. Hoje as franquias em operação somam cerca de 5 mil guichês. Este ano, as despesas dos Correios com o pagamento de comissões às franquias são estimadas em R$ 840,2 milhões.

A crise com as franquias fez com que os Correios colocassem na gaveta o plano de criar uma empresa aérea própria, projeto com valor total estimado em US$ 400 milhões. Em recente entrevista ao Valor, o presidente dos Correios, David José de Matos, que assumiu o posto no fim de julho, disse que a publicação da medida provisória que permitiria aos Correios montar essa operação já saiu da pauta do governo.

Fonte: Valor Econômico

3 comentários:

  1. Os correios não tem gerenciamento administrativo, os diretores não sabem o que é ter prejuízo pois ao final de cada mês eles tem seu salário depositado na conta fora as mordomias que o cargo tem. É uma tremenda falta de .... nem sei o que dizer, com os franqueados, muitos com mais de 19 anos de experiência no mercado. A REDE FRANQUEADA PRECISA DE TER LUCRO se a ECT se acha o braço social do governo ele que vá fazer caridade com uma empresa própria, mas, achar que dá para manter uma franquia, recebendo carta social, emitir de 15 em 15 dias certidão negativa para provar que vc cumpre suas obrigações junto a ele, ter medo de assalto, oferecer um serviço postal péssimo à população, arranjar mão de obra num mercado onde ela está e é de péssima qualidade, treinar essa mão de obra, enfrentar a raiva dos funcionários da ECT que te acham um vilão capitalista, levar as cargas no CDD todo dia pois os carros da frota oficial vivem quebrados, aceitar que um sedex leve 48 horas pra chegar na capital. Sei não, o pequeno franqueado deve mesmo é fechar as portas.
    Toda faculdade de administração por pior que seja dá os rudimentos básicos de uma boa getão, para uma empresa poder funcionar, até na WEB tem disponível.
    Milagre só Jesus fez.
    Eu preciso viver, e não sobreviver.

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  2. Os correios perderam a noção de administração, estão perdendo a credibilidade e não estão fazendo nada, ou melhor, estão se afundandando cada vez mais. Tirar o atendimento dos franqueados que é de um alto padrão( que nos mantem utilizando os serviços do correio) é apertar o nó para se enforcar. Absurdo uma situação destas . E o governo vai deixar assim??? não consigo acreditar, serão milhares de pessoas desempregadas e toda a população prejudicada.

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  3. busquem noticias no estadao. digitem Correios e leiam o diretório que vai abrir, ali a gente acha coisas bem interessantes.

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