domingo, 18 de maio de 2014

As evidências de fraude no fundo dos Correios ligado ao PMDB

Por Diego Escosteguy, com Marcelo Rocha e Leandro Loyola – Revista Época

No final do governo Lula, um jovem e brilhante operador do mercado financeiro ascendia no rarefeito mundo da elite política de Brasília. Era Fabrizio Neves, dono da Atlântica Asset, empresa que montara fundos no mercado financiados sobretudo pelo Postalis, fundo de pensão dos Correios. O Postalis era comandado por afilhados do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e do senador Renan Calheiros, ambos do PMDB. Fabrizio dava festas e promovia jantares em Brasília e São Paulo. Num deles, contratou o cantor Emílio Santiago e um dos pianistas que tocavam com Roberto Carlos. Colecionador de armas, dono de bom papo, Fabrizio fez amizades com políticos, diretores do Postalis e lobistas – a maioria deles ligada ao PMDB. Segundo seis desses altos quadros do PMDB, Fabrizio participava também das reuniões em que se discutia o financiamento das campanhas em 2010. Com pouco tempo de Brasília, Fabrizio já se tornara um homem poderoso na capital.
Sobre Fabrizio, sabia-se apenas que ele morara em Miami, onde fizera fortuna no mercado financeiro. No Brasil, ele estava em alta; nos Estados Unidos, era caçado por credores e pelos investigadores da Securities and Exchange Comission, a SEC, órgão que regula o mercado financeiro americano. Acusavam-no de ser o arquiteto de uma fraude que envolvia o dinheiro arrecadado no Postalis. A caçada judicial terminou recentemente nos Estados Unidos, e suas consequências ainda não se fizeram sentir no Brasil. A ascensão de Fabrizio por lá se deu com dinheiro daqui – dinheiro dos carteiros e funcionários dos Correios, que financiam suas aposentadorias contribuindo para o Postalis. A queda de Fabrizio terminou por lá. Mas ainda promete começar por aqui. E isso aterroriza o PMDB.
A história de Fabrizio, contada em documentos confidenciais obtidos por ÉPOCA nos Estados Unidos e no Brasil, ilustra à perfeição o efeito devastador da influência da política nos fundos de pensão das estatais. É um problema antigo, que resulta em corrupção e prejuízos aos fundos. Ele atingiu novo patamar no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com a ascensão de sindicalistas ligados ao PT à direção de fundos como Previ, do Banco do Brasil, ou Petros, da Petrobras. O caso do Postalis, maior fundo do Brasil em número de participantes (110 mil), é especial. Foi o único fundo de grande porte aparelhado, no governo Lula, pelo PMDB. Por indicação de Lobão, o engenheiro Alexej Predtechensky, conhecido como Russo, assumiu a presidência do Postalis em 2006. Com o apoio de Lobão e Renan, o administrador Adílson Costa assumiu o segundo cargo mais importante do Postalis: a diretoria financeira.
Amigo de Lobão, Russo tinha no currículo a quebra da construtora Encol, nos anos 1990. Quando diretor da Encol, fora acusado de irregularidades na gestão. Fora também sócio de Márcio Lobão, filho de Edison Lobão, numa concessionária que vendia BMWs. No Postalis, sua gestão resultou em péssimos números. Dono de um patrimônio de R$ 7 bilhões, o Postalis vem acumulando perdas significativas. Entre 2011 e 2012, o deficitchegou a R$ 985 milhões. No ano passado, o fundo somou R$ 936 milhões negativos e, em 2014, as contas no vermelho já somam mais de R$ 500 milhões, com uma projeção para encerrar o ano acima de R$ 1 bilhão.

A situação do Postalis é tão grave que a Superintendência Nacional de Previdência Complementar, a Previc, responsável por fiscalizar os fundos de pensão, avalia uma intervenção no fundo. Os auditores da Previc estão cansados de notificar e autuar os diretores por irregularidades. Houve, ao menos, 14 autuações nos últimos anos, a que
ÉPOCA teve acesso. Os mandatos de Russo e Adílson se encerraram em 2012. Foram substituídos por novos apadrinhados de Lobão e Renan. A presidência ficou com o PT, que indicou Antônio Carlos Conquista – autuado pela Previc por irregularidades na gestão de outro fundo. PT e PMDB disputam agora as decisões pelos investimentos do Postalis. A ordem política, dizem parlamentares, lobistas e funcionários do Postalis, é diminuir os maus investimentos. Trocá-los por aplicações conservadoras, de maneira a evitar a intervenção.
Fonte: ÉPOCA

6 comentários:

  1. É a licitação? sai até Dezembro de 2014??

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  2. MPF/SP: Correios anulam licitação de instalação de agência- 2014

    Laudo técnico apontou parede com suave inclinação e precariedade da estrutura de contenção devido à infiltração nas paredes

    Em resposta à recomendação do Ministério Público Federal em São Paulo (MPF/SP), a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT)/DR/SPM, decidiu anular o contrato de instalação e operação de uma agência na Zona Norte da capital paulista e instaurar nova licitação, devido ao descumprimento das normas do processo licitatório. Segundo o procurador responsável pelo caso, José Roberto Pimenta Oliveira, a empresa vencedora foi favorecida apesar de não atender às exigências do edital.
    Além de não possuir as condições necessárias para ser utilizado como franquia postal, o imóvel escolhido, localizado na Rua Conselheiro Moreira de Barros, em Santa Teresinha, corria risco iminente de desmoronamento. Laudo técnico apontou diversos problemas, como parede com suave inclinação e precariedade da estrutura de contenção devido à infiltração nas paredes.

    “Em razão de sua idade e devido às reformas pretendidas, o imóvel apresentava risco iminente de um desabamento das paredes, consequentemente, da cobertura e produção de danos estruturais aos imóveis vizinhos”, afirmou a recomendação.

    Diante da falta de condições do local para a implantação da agência, os Correios autorizaram a alteração do endereço indicado na licitação. Contudo, o MPF considerou a mudança ilegal, uma vez que os motivos utilizados não foram posteriores ao processo licitatório e, além disso, não houve assinatura de termo aditivo.

    “Os vícios do imóvel já eram de conhecimento da ECT e da empresa licitante, posteriormente contratada, desde a época da licitação, sendo incabível a invocação de desconhecimento da situação do imóvel pelo proponente e pela empresa pública promotora da licitação”, concluiu José Roberto Pimenta Oliveira.
    Ps - Anulação foi publicada no D.O.U -de 12/05/14 seção 3 DR/SPM

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  3. A tentativa de reinvenção dos Correios

    Agência Estado
    Publicação: 26/05/2014 08:07 Atualização:
    São Paulo, 26 - A mudança da logomarca dos Correios, revelada no início deste mês, é mais do que uma ação de marketing isolada: sinaliza uma estratégia de revitalização que começou a ser desenhada três anos atrás, depois que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos se viu abalada por escândalos políticos, como o do Mensalão, e sofreu com o avanço de concorrentes privados, que aproveitaram para ganhar mercado no vácuo das ineficiências do gigante público.

    Para viabilizar o projeto de reinvenção, que inclui a diversificação de suas receitas, o volume de investimentos da instituição cresceu: de R$ 404 milhões, em 2012, deve ficar em R$ 600 milhões neste ano - dinheiro que, segundo o presidente dos Correios, Wagner Pinheiro, vem de aplicações financeiras da empresa, e não do caixa do governo federal, seu controlador.

    Esses recursos, porém, terão de dar conta de uma longa lista de projetos, inclusive alguns não relacionados com sua atividade principal, como a ampliação do Banco Postal e a criação de uma operadora de telefonia celular própria. No setor de entregas, a companhia pretende construir 14 centros de triagem de pacotes e reformar outros seis nos próximos anos, além de melhorar seu sistema de acompanhamento de cargas. Tudo isso com a meta de atender melhor às empresas de e-commerce.

    A aposta nesse nicho tem razão de ser: as vendas pela internet cresceram 28% em 2013, movimentando R$ 28,8 bilhões. O serviço de postagem, monopólio dos Correios, avança num ritmo muito menor, de 7%.

    Domínio

    O presidente dos Correios estima que a participação da instituição no e-commerce - responsável por 90 milhões de entregas em 2013 - esteja próxima a 40%. Esse domínio é justificado pela presença nacional da empresa, que tem obrigação de atender a todo o País. Por isso, as companhias que vendem para regiões distantes dos grandes centros dependem, em alguma medida, da estatal.

    O setor privado é mais agressivo em cidades como Rio e São Paulo. "Isso acontece porque o custo dos Correios para CEPs próximos é relativamente caro", diz Caio Vaz, membro da diretoria de logística da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm). "Para distâncias curtas, empresas maiores preferem contratar parceiros especializados e regionais."

    É a escolha que faz o empresário Vanoil Pereira, fundador do e-commerce de moda Passarela.com, que vendeu R$ 500 milhões em 2013. Ele envia a maior parte de suas cargas pelos Correios, mas usa serviços privados para uma opção de entrega em 12 horas, disponível para mercados como a capital paulista.

    Além da vantagem regional, as empresas privadas se aproveitaram até agora de uma outra brecha deixada pela estatal: a demora em adotar inovações tecnológicas em sua cadeia. A confirmação de entregas em tempo real, por exemplo, já é adotada há quase quatro anos por empresas como a Direct Log, por exemplo. Só no fim deste ano, os Correios terão esse serviço 100% implementado. "Há uma demanda por bons serviços de rastreamento, e os Correios demoraram para reagir", diz Pedro Guasti, diretor da E-bit, empresa que reúne informações sobre e-commerce.

    A promessa de um serviço mais ágil tem feito alguns grandes varejistas apostarem em uma parceria com a empresa pública. É o caso de companhias como o Mercado Livre e o eBay.

    "A decisão sobre o frete é feita por nossos compradores e vendedores, e os Correios oferecem um preço bem competitivo", diz Luis Arjona, responsável pela operação do eBay no País, que tem 90% dos pacotes entregues pelos Correios.

    Ainda que a tecnologia chegue ao nível da concorrência, Pedro Guasti diz que um fantasma continuará rondando a empresa pública (e seus clientes): as greves. "Quando a entrega é paralisada, o que acontece pelo menos uma vez no ano, as empresas recebem uma enxurrada de reclamações." Colaborou Naiana Oscar. As informações são do jornal

    O Estado de S. Paulo.

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  4. Inovação na web não melhora serviços dos Correios

    Agência Estado
    Publicação: 26/05/2014 08:19 Atualização:
    São Paulo, 26 - Os Correios lançaram na quinta-feira, 22, nova página na internet para adequá-la ao novo logotipo/marca da empresa. Mas, apesar da melhoria estética e aparente facilidade de navegação que o site oferece ao usuário, este ainda sofre com a falta de qualidade do serviço prestado.

    Segundo dados do Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor (Sindec), em 2013 foram registradas 551 queixas contra os Correios, apenas no Estado de São Paulo, ante 513 em 2012. As reclamações mais frequentes se referem a serviços não oferecidos, mal executados e impróprios, avaria ou extravio da mercadoria - problema sofrido pelo analista de telecomunicações Cleber S. Lionda, de 37 anos.

    Sua mercadoria, comprada no exterior, foi roubada do carteiro em setembro.

    "Segundo os Correios, eu deveria aguardar seis meses e, caso o remetente não reclamasse o produto, teria direito ao ressarcimento", diz. "Mas o prazo já passou e nada foi feito."

    Os Correios informam que, para ser ressarcido, ele deve enviar alguns dados, já solicitados, ao Fale com os Correios. O leitor reclama que, apesar de entrar várias vezes em contato com o SAC da empresa, só recebeu essa informação no dia 20, e ainda não recebeu o dinheiro.

    Segundo o advogado Josué Rios, mesmo diante do prazo referido nas normas postais internacionais, cabe destacar a violação pelos Correios do direito à informação.

    "Informar o consumidor não se resume a comunicações burocráticas e sumárias, mas informá-lo passo a passo de como agir", diz. "Independentemente da indenização referente à compra, os prejuízos sofridos pelo consumidor, em razão do não recebimento do produto, devem ser reparados não só pelo fornecedor estrangeiro, mas também pelos Correios, cuja responsabilidade é solidária, até mesmo porque o produto foi subtraído quando já estava em poder dos Correios."

    Produto sumiu

    Em 28 de março, o leitor José R. Garzillo enviou uma encomenda de São Paulo a Salvador pelo sistema PAC dos Correios, cujo prazo de entrega é de 5 dias úteis, mas se passaram quase 2 meses sem que soubesse o motivo da sua não entrega. "O status que aparece no site para acompanhamento é o mesmo desde a postagem." Os Correios informam que a encomenda será devolvida a0 remetente, em razão de endereçamento incorreto.

    Segundo a assessora técnica do Procon-SP Fátima Lemos, se havia incorreção no endereço de entrega, os Correios deveriam ter entrado em contato com o consumidor logo em seguida, jamais esperar tanto tempo para isso. "O consumidor pode reclamar no Procon a falta de prestação efetiva do serviço ou entrar na Justiça Federal contra os Correios, pedindo a devolução do valor pago e ainda todas os prejuízos e despesas adicionais sofridos", orienta.

    As informações são do jornal

    O Estado de S. Paulo.

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  5. Nova identidade visual dos Correios

    Os Correios gastaram R$ 390 mil para criar uma nova logomarca, como parte de um projeto de "revitalização". A estampa em azul e amarelo, a ser aplicada em envelopes, letreiros e veículos em todo o Brasil, é semelhante a desenho lançado, meses antes, por uma empresa do Espírito Santo, o que inspirou a polêmica nas redes sociais: afinal, é cópia ou não?

    A nova identidade visual dos Correios foi apresentada no início do mês e registrada no fim de janeiro no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Trata-se de duas setas associadas, uma amarela e outra azul, cada uma indicando um sentido, o que evoca o incansável vaivém dos funcionários que distribuem encomendas país afora. Nas palavras da estatal, algo que simboliza sua "poderosa capacidade de conectar pessoas." O projeto completo, incluindo divulgação e troca de letreiros, custará R$ 42 milhões.

    Em agosto do ano passado, a Polimix Distribuidora - empresa do ramo atacadista com sede em Serra (ES) e aberta em 2012 - lançou sua logo: setas bem parecidas, que podem ser brancas ou azuis, com os cantos menos arredondados. O desenho foi feito pela empresa capixaba Life Brand, a custo bem mais módico: R$ 8 mil. "É um projeto mediano, em termos de complexidade e valor", avalia o sócio e diretor de criação da empresa, Igor Franzotti.

    Bastou os Correios mostrarem sua nova "cara" num evento em Brasília para a semelhança virar assunto na internet e entre especialistas em design. A Life Brand trata o caso como uma coincidência e diz que não há motivo para questionamentos sobre plágio na Justiça. "A gente não vai recorrer legalmente a um direito sobre isso. Por ser uma marca gráfica muito genérica - duas setas -, acho difícil afirmar que foi uma cópia. Não acredito que foi intencional", justifica Franzotti.

    Ele diz que, no mercado de comunicação, é possível encontrar outros trabalhos parecidos. Mas acha que faltou "método" por parte da estatal. "(A gente) Lamenta, porque uma marca como os Correios, que tem uma relevância de expressão nacional, poderia ter tido um pouco mais de cuidado para que isso não acontecesse", afirma, acrescentando que o logo poderia ter sido "mais bem elaborado".

    Os Correios alegam que o conceito de sua nova marca é o mesmo da anterior, que existe desde 1970 e foi simplificada. Segundo a estatal, as setas já estavam no desenho mais antigo, como elemento central. Para desenvolver a nova identidade visual, foi contratada a CDA Branding & Design. Segundo a estatal, pelos R$ 390 mil, a empresa definiu a "estratégia e a arquitetura de marcas", além de fazer workshops com o público interno para disseminar as mudanças.

    Mas os gastos vão muito além. A campanha de divulgação vai consumir R$ 30 milhões e a troca dos letreiros das agências, R$ 9,9 milhões. Mais R$ 1,7 milhão vão para a substituição nos veículos da empresas.

    Os Correios informam que a nova marca é "parte indissociável" do seu processo de revitalização, iniciado em 2011, quando a empresa foi autorizada por lei a prestar serviços postais eletrônicos, financeiros e de logística integrada, além de ser dotada de "ferramentas mais modernas de gestão corporativa". A reportagem não localizou representantes da Polimix.
    fonte: Agencia Estado-23/05/14

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  6. Fonte: Relatório Reservado de 25/07/14-Rio - Numero 4921

    Os Correios estão criando uma loja modelo, um sistema virtual que servirá como

    balizador do desempenho das agências franqueadas. O “avatar postal” respeitará critérios regionais para medir a performance dos pontos de atendimento. Entre os franqueados, o temor é que a estatal esteja preparando o terreno para romper os contratos com as agências menos rentáveis.

    PS>Espero que eles façam uso para medir suas próprias unidades(AC’s), pois 80% dão prejuízos a ECT/BR

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