terça-feira, 2 de julho de 2013

ECT libera abertura do Banco Postal em agência franqueada

Por Daniel Rittner | De Brasília


A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) pretende estender, a partir de 2014, o Banco Postal à sua rede de agências franqueadas. Apenas lojas próprias da estatal dispõem atualmente do serviço, que é operado pelo Banco do Brasil. O plano desperta apreensão entre donos de franquias e interessados em abrir novas unidades, que temem o aumento dos custos operacionais.
A abertura do Banco Postal na rede franqueada faz parte das regras da licitação que os Correios querem fazer no segundo semestre, para ampliar o número de lojas. Essa licitação vai abranger "em torno de 500 agências", conforme revelou ao Valor a vice-presidente de clientes e operações, Glória Guimarães. O reforço das lojas se dará em Estados como Rio de Janeiro, Bahia e Paraíba. "Até o fim de julho, acredito que teremos esse mapeamento."
Todas essas localidades tiveram grande concentração de licitações "desertas" ou "fracassadas". No total, 288 unidades não despertaram interesse do mercado ou os concorrentes não conseguiram preencher as exigências dos Correios. Agora, a estatal pretende licitar boa parte das franquias que "micaram" da última vez, além de ampliar o número de lojas. Atualmente existem cerca de 1,1 mil agências franqueadas no país, que equivalem a 31% do faturamento global da ECT.
Na última licitação, cujos contratos foram assinados no ano passado, já havia a perspectiva de abertura do Banco Postal nas franquias. Só que isso jamais foi colocado em prática, deixando de fazer parte da lista de preocupações imediatas dos operadores. Por enquanto, o serviço financeiro funciona em 6.167 das 6,3 mil lojas próprias da estatal.
O assunto voltou à tona com essa nova licitação. A minuta do edital, que está em audiência pública, vai ganhar sua versão definitiva até outubro. Glória se mostra otimista com o sucesso da nova concorrência e destaca seus pontos atrativos, como maior liberdade na oferta de serviços e flexibilização das exigências, incluindo o tamanho dos imóveis necessários para instalar as agências e até mesmo os documentos para comprovar sua titularidade.
Nos últimos contratos da rede franqueada, a possibilidade de abertura do Banco Postal não foi efetivada porque, segundo Glória, vivia-se um momento de transição. O BB pagou R$ 2,3 bilhões, só como valor básico, para substituir o Bradesco como parceiro dos Correios no negócio a partir de janeiro de 2012. Agora, conforme avalia a executiva, já se pode considerar esse processo de transição bem encaminhado.
"O nosso objetivo agora é padronizar a rede", afirma Glória, referindo-se aos serviços oferecidos pelas agências próprias e pelas franqueadas. Isso motivou a decisão de liberar, de vez, o funcionamento Banco Postal também nas franquias. "A perspectiva é que, no início de 2014, possamos ter pelo menos um projeto-piloto", diz a vice-presidente.
Ela ressalta que a decisão de onde e quando implantar o serviço financeiro nas lojas franqueadas será tomada "em conjunto" com o BB. Já o BB, procurado pelo Valor, afirma que a implantação do projeto-piloto e do serviço em outras unidades "depende de conversas com os franqueados".
Mesmo com a disposição generalizada para o diálogo, há temor entre os donos de lojas e interessados na nova licitação. O presidente da Associação Brasileira das Franquias Postais (Abrapost), Chamoun Joukeh, cobra mais detalhes sobre a abertura do Banco Postal nas lojas. Ele diz que até a categoria profissional à qual vão pertencer os funcionários responsáveis pelo futuro atendimento da área financeira das agências causa apreensão.
Ninguém sabe se serão carteiros, comerciários ou bancários, por exemplo. "Temos muitas dúvidas. Podem ser questões aparentemente pequenas, mas que se traduzem em custos muito importantes no dia a dia das operações."
A Associação Nacional das Entidades Regionais de Agências de Franquias Postais (Apost), que representa outros 479 franqueados em todo o país, também demonstra inquietação. O presidente da Apost, José Jorge de Moraes Filho, coloca até questões tributárias entre suas preocupações. "Hoje, 80% da rede franqueada está no Simples. Será que poderemos continuar recebendo esse tipo de tratamento com o serviço de banco?", questiona.
Moraes Filho diz que, além de aspectos trabalhistas, como o piso salarial de quem faz o atendimento financeiro, a abertura do Banco Postal nas lojas traz outras perguntas. Haverá necessidade de instalar portas giratórias nas agências? Quem cobrirá o seguro contra assaltos? Será preciso ter segurança armada nas agências?
"Gera insegurança participar de uma licitação sem essas definições", diz Moraes Filho. Para o empresário, dono de uma franquia na região de Ribeirão Preto (SP), a melhor saída é deixar a implantação do Banco Postal como uma "escolha" do franqueado, não como exigência da matriz.
Em shopping centers bem abastecidos com serviços bancários, segundo ele, pode simplesmente não ser vantajoso. Já em lojas de cidades pequenas do interior, acredita o presidente da Apost, o serviço pode se tornar uma possibilidade de incrementar receitas.

Fonte: Valor Econômico

11 comentários:

  1. .... E A GUERRA VAI RECOMEÇAR, BANCO POSTAL, "NEM A PAU JUVENAL"!!!!!!!

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  2. Quem ja teve lotérica sabe do que vou falar: OS BANDIDOS DESCOBREM ONDE VOCE MORA, SABEM DO ENCAIXE DE DINHEIRO NA AGENCIA. SE PREPAREM PARA O TERROR.
    Tive minha familia na mira de armas e migrei pra franquia. Que roubada !
    Se ate nas agencias de banco em shopping eles estão entrando, imagina em agencia sem nenhuma estrutura para isso. Cada conta/boleto recebido, na minha epoca. pagava-se...acreditem....27 centavos, quando no meio da tarde ja se somava mais de 50 mil reais na loteria.Uma fria isso !! Gelada , aliás.

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  3. Quando for obrigatório o banco postal eu saio fora desse ramo... A ECT começa a dar um tiro no pé na sua gestão e começará a trocar 15 bilhões de faturamento de postagens por "tostões" do banco postal. Vai virar lotérica...

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  4. Se na licitação já constar a obrigatoriedade de implantar o Banco Postal nas novas AGF a ECT certamente terá muitas licitações desertas.
    Qualquer investidor que tenha juizo jamais irá topar trocar filas de clientes com postagens por filas de clientes com boletos na mão pra pagar contas.
    Vamos conferir o que vai acontecer....

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  5. É preocupante, pois terei que fazer modificações no meu sistema de segurança, mas, por outro lado vou angariar vários outros clientes que manda muita postagem e que esta agregado a este novo serviço.

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    1. Voce é Ecetista! Qualquer em sã consciencia não falaria uma bobagem dessa..

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  6. http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,mcdonalds-enfrenta-revolta-das-franquias-,1062221,0.htm

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  7. Estou perplexo com a AGF! Inaugurei dia 1/8 e não tive apoio nenhum da ECT. Mandaram alguns funcionários de AC que não sabem nada de AGF. Qualquer outro franqueador daria um suporte essencial, mas este que nos temos é terrível. Sem contar que você liga para perguntar e nunca ninguém sabe te responder na hora como fazer. Sem contar a grana que tem que ter. Investi muito mais que estava previsto no edital, mandaram um kit inicial que vou levar 6 meses para usar, só que tive que pagar dia 16. Pagar não, fiquei inadimplente. Minha comissão da quinzena vai chegar dia 03/09 e no dia 02/09 tenho que fazer o deposito da segunda quinzena, resultado: Inadimplência de novo. Isso vai virar uma bola de neve ... E a minha comissão dos faturados ECT??? Me comunicaram que vai demorar bastante para vir. Estou sendo assaltado!!! Cadê as associações que não fazem nada. Sou sócio das duas: Abrapost e Apost, vou desfiliar das duas, pois nenhuma vai lá e briga por nós, eles só tem olhos para os interesses deles! Será que não vai aparecer ninguém para ajudar a gente? Estou desesperado, tenho 21 anos de franqueado e nunca precisei recorrer a banco, nem cheque especial eu tinha,pois não precisava agora estou enterrado no banco, até o gerente me perguntou o que estava acontecendo e eu contei tudo, ele ficou incrédulo!!! Isso só para montar a AGF, agora fiquei sem credito para capital de giro. Fizemos tudo que a ECT exigiu só que a hora deles fazerem a parte deles, cadê??? Estou descrente de tudo, tanto fiz que agora tanto faz o que vai acontecer, em questão de dias com certeza a ECT vai vir me fechar, ai eu vejo o que vou fazer, com certeza ação judicial!!! Já fiz meu filho e minha filha procurarem emprego e eu: Só Deus sabe!!! Sinto muito por ter um franqueador tão despreparado e associações tão ruins!!!

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  8. http://oglobo.globo.com/rio/correios-pagou-por-parafuso-para-cirurgia-ortopedica-valor-de-carro-popular-9604423

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  9. Doze parafusos, duas arruelas, duas porcas, uma broca, cimento e enxerto ósseos e mais algumas hastes e cânulas. A lista de material usado na cirurgia de coluna de uma paciente de 80 anos, paga pelos Correios, não tem mais do que 15 itens, mas saiu a R$ 961.886,56. Uma pesquisa feita pelo EXTRA com médicos, fornecedores de material cirúrgico e em licitações eletrônicas realizadas por órgãos públicos, mostra que a relação não sairia por mais que R$ 90 mil. A diferença entre os valores cobrados e ospesquisados chega a quase 5.000%. Um único parafuso ilíaco saiu por mais de R$ 25 mil, valor equivalente ao de um carro popular zero quilômetro. Os Correios, uma empresa pública, informaram que estão apurando o caso.
    A cotação de preços, feita com apenas uma empresa, a 02 Surgical, com sede no Centro do Rio, foi realizada pelos Correios e aprovada pelo gerente de saúde da empresa pública, em 26 de março deste ano. A paciente é filha de um aposentado da empresa pública.
    No formulário de Autorização de Materiais para Procedimento Cirúrgico, uma observação manuscrita: “Por se tratar de um procedimento pós-cirúrgico, onde os materiais apresentados já foram utilizados, autorizaremos o valor proposto”.
    Na ficha, há a informação de que a cirurgia foi de emergência. No entanto, a Guia de Solicitação de Internação da mesma paciente diz o contrário: a operação foi eletiva e a internação aconteceu em 14 de março deste ano.
    — A cirurgia e todo o material foram liberados previamente pelos Correios. Foi um processo demorado, que levou quase quatro meses. A cirurgia não foi de emergência. A paciente estava sem andar, em função de um quadro grave de osteoporose, e hoje está bem, caminhando — diz o neurocirurgião Ricardo Ribeiro, que realizou a cirurgia no Hospital Espanhol, no Centro do Rio.


    Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/correios-pagou-por-parafuso-para-cirurgia-ortopedica-valor-de-carro-popular-9604423#ixzz2cQ1jckKc
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  10. Tenho interesso em comprar uma Agencia franqueada em Sao paulo ou Abcf se alguem souber por favor entre em contato. Grato, Ricardo. Meu email é ricardocostam@hotmail.com

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