quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Greve dos Correios prejudica negócios

Paralisação começou no dia 13; cliente que receber encomenda com atraso pode ter ressarcimento, diz especialista

Trabalhadores e empresa permanecem sem acordo; Febraban orienta bancos a não cobrar juros de clientes

CIRILO JUNIOR
DE SÃO PAULO

A greve dos Correios completa nove dias e mina, cada vez mais, a paciência de milhões de brasileiros que dependem do serviço postal para fazer negócios e resolver compromissos pessoais.
Com o impasse entre a direção da empresa e os trabalhadores, não há indicação de fim da paralisação. O sindicato não aceita a condição imposta pela direção dos Correios. A empresa só promete reabrir as negociações quando os trabalhadores retornarem aos postos.
Segundo os Correios, 21,5% dos 110 mil trabalhadores estão de braços cruzados. O sindicato fala em 70%. Desde o início da greve, 35% dos objetos estão com atraso na entrega. Os Correios entregam todos os dias 35 milhões de objetos. Para a empresária Silvia Guedes, 27, a perspectiva, diante desse quadro, é de negócios desfeitos.
Dona de um site especializado na venda de sapatos, Silvia tem dez encomendas que não consegue despachar desde o início da greve, no último dia 13. "Acreditava que essa greve ia acabar logo. Se for alongada, creio que os clientes vão começar a cancelar os pedidos", afirma.
O prejuízo para a funcionária pública Gisele Oliveira, 30, já é real. Moradora de Ananindeua (PA), ela tinha até a última segunda para finalizar sua inscrição num curso de pós-graduação da PUC-MG.
Apesar de ter enviado os documentos com antecedência, os papéis não chegaram. Gisele terá que esperar a próxima janela de inscrições.
"Eles não aceitam documentos escaneados, mesmo com a situação da greve. Alegam que há poucos casos como o meu", afirma Gisele, que tirou a segunda via de contas na internet para não atrasar os pagamentos.

O QUE FAZER
Especialista em defesa do consumidor, Patricia Petrilli, do Procon, orienta os consumidores a buscar outros meios de pagar suas contas no período de greve, como imprimir o boleto via internet ou pedir à empresa o código de barras que vem no documento de cobrança.
"As empresas têm que informar aos clientes sobre outras formas de pagamento", afirma Petrilli. O cliente que receber a encomenda com atraso pode pedir ressarcimento pelo serviço prestado. No caso, a empresa na qual efetuou a compra será acionada.
"Os Correios não firmaram o contrato de compra com o consumidor. As empresas é que devem cobrar dos Correios", diz Patricia. Cabe à empresa decidir sobre a cobrança de encargos relativos ao período de greve.
A Febraban está orientando seus associados a não cobrar juros sobre os boletos de créditos emitidos pelo próprio banco.

Fonte: Folha de São Paulo

Um comentário:

  1. Correios propõem suspensão da greve e retomada de negociações

    Servidores devem apresentar contraproposta aos Correios nesta sexta.
    Trabalhadores da ECT estão em greve há mais de uma semana.
    Do G1, com informações do Valor Online

    Grevistas dos Correios aprovam contraproposta; paralisação segueGrevistas dos Correios terão dias parados descontados, diz ministro Greve dos Correios tem adesão de todos os sindicatos no país
    Os Correios divulgaram nota na noite desta quinta-feira (22) na qual propõem a suspensão da greve e a retomada das negociações. A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) propõe reajuste salarial de 6,87%, aumento real de R$ 50 e abono de R$ 800, o que representa um aumento de 13% para 60% dos trabalhadores, segundo a empresa.

    No comunicado, a ECT afirma que, como o movimento grevista é parcial - participam 19% dos trabalhadores -, a paralisação sobrecarrega o trabalho de quem está na ativa e prejudica o serviço oferecido à população, além de pesar no bolso de quem cruzou os braços, já que os grevistas perdem os dias parados.

    A ECT informou que "realizará mutirões e pagará, em folha suplementar na 1ª quinzena de outubro, as horas extras a todos os trabalhadores envolvidos, além dos efeitos do acordo, caso haja entendimento entre as partes".

    Ainda segundo a nota, os Correios se dispõem a negociar e pedem aos sindicalistas que apresentem uma proposta dentro do limite orçamentário disponível para fazer reajustes.

    "A contraproposta que a [Federações Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares] Fentect está levando para aprovação nas assembleias é praticamente a mesma apresentada no início das negociações".

    Contraproposta dos grevistas
    Na tarde desta quinta, os servidores em greve aprovaram uma contraproposta com reinvidicações que devem ser apresentadas à ECT nesta sexta-feira (23), disse José Gonçalves de Almeida, o Jacó, membro do comando de negogiação da Federação dos Trabalhadores dos Correios (Fentec).

    A contraproposta foi elaborada após a federação entender que somente a greve não estava gerando nenhum avanço nas negociações.

    A categoria reivindica piso de R$ 1.635 – atualmente, o valor está em R$ 807 – mais reposição da inflação de 7,16% e reposição das perdas salariais de 24,76%, de 1994 à 2010.

    Entre as mudanças da nova proposta, está a redução de R$ 400 para R$ 200 do aumento linear, e de R$ 30 para R$ 28 o valor do vale-alimentação.

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