FRANQUIA OU FRACASSO?

A situação de momento da Rede Franqueada é de total desespero. A ECT propositalmente ou por incompetência, não cumpriu a Lei; se não vejamos: na renovação dos nossos Contratos em 2002 a Lei determinava que antes do término a ECT deveria efetuar o processo Licitatório das ACF’s. Por incompetência nada foi feito! Para evitar um apagão postal, o Governo sabiamente editou uma MP dando mais dois anos para que se concluísse a Licitação.
Como determinava o TCU, o que fez a Diretoria Comercial da ECT ? Publicou um Edital que, mesmo controverso, questionado, criticado, não foi questionado judicialmente por nenhuma ação.
Na época, o então Sub-Secretário Postal edita a fatídica Portaria 400, mudando drasticamente o conceito de Franquia existente.
Com o propósito de limitar os franqueados, através desta Portaria, a ECT engessou a sua principal força de venda. O que é pior, não separou Monopólio de Concorrencial, desmotivando assim a sua rede de vendas.
O que fez a antiga Diretoria da ECT? Retirou o Edital.
Na republicação, conseguiram fazer um monstro pior que o primeiro! Aí sim, foram várias ações contra este trambolho chamado de Edital.
Os empresários que dedicaram quase vinte anos de trabalho e fidelidade à ECT, hoje se sentem traídos.
E se perguntam: como encarar nossos funcionários com cinco, dez, quinze anos de trabalho? o que fazer com esta clientela que fidelizamos à ECT? como vamos voltar ao mercado de trabalho após tanto tempo?
Para aqueles que acreditaram na Carta com promessas do ex-presidente David, hoje já sabem que aquela ação foi um engodo.
As promessas ali contidas não podem ser cumpridas.
O melhor agora seria acioná-lo judicialmente para que respondesse por danos morais, pois quem assinou com base nas Cartas encaminhadas por ele, agora sabem que nada será feito e ficará o dito pelo não dito.
Fazendo uma breve análise do Edital, do Contrato e do Manual de Operações da AGF, podemos citar sem muita pesquisa, vários pontos que comprova a inviabilidade das futuras AGF’s; se não vejamos:
• O impedimento das AGF’s de trabalharem com a família dos Produtos de Marketing Direto.
Com certeza a concorrência agradecerá!
E este impedimento de atuarmos em um seguimento concorrencial beneficiará quem? Chega causar suspeição. É claro que é favorecimento à concorrência, que em êxtase aguarda dias melhores.
• O Sistema de Informatização a ser implantado nas futuras AGF’s será o SARA, ou seja, vamos retroceder ao tempo dos XP.
Ressalto que quem começou a Informatização na ECT foram os Franqueados.
Ainda me lembro que levávamos as prestações de contas no final da quinzena; a informatizada e outra manuscrita.
Vale ainda lembrar que os formulários para postagem de SEDEX era em três vias em papel carbonado.
• O impedimento de faturarmos direto aos nossos clientes.
Isto causará bastante impacto. Vamos coletar e trazer o cliente até ao balcão e, após conseguirmos efetuarmos a postagem, o cliente poderá fazer o pagamento.
Com tanta “burrrrocracia” assim, a JADE LOG, a TOTAL ... agradecem e muito!
Hoje os contratos tácitos que temos estarão proibidos. Contratos só com a ECT.
Com tantas exigências que o franqueador faz para assinatura de um contrato, a maioria irá para as Transportadoras e Empresas de pequeno porte que efetuam entregas locais, cujo crescimento é assombroso em relação a ECT.
• Como motivar uma rede se a cada janeiro, ao entender do Franqueador, o cliente conquistado, trabalhado, pode ser excluído da AGF e passar a ser da ECT?
Este ato autoritário, nos tempos atuais, não é concebido em um mercado de livre concorrência.
Atos desta natureza só é praticado em regimes de ditadores, cuja livre concorrência é impedida pelo poder da força, cuja razão é imposta pela força do ditador.
Se hoje mais de 80% da receita das ACF’s tem sua origem em produção de retaguarda, oriunda das coletas e recebimento de clientes que não querem esperar em filas ou que, por questões administrativas, só podem efetuar o pagamento semanalmente, como vamos atendê-los na plenitude de suas necessidades?
• Como conviver com a espada das penalidades em nossas cabeças?
São sete possibilidade de exclusão automática de 150 pontos, dez possibilidade de 50 pontos...
A rescisão se dará com 150 pontos acumulados em 2 anos.
Chamo a atenção para um dos vários itens de penalidade cujo o controle nós não temos. O item 17.6 “Expedição para destino indevido ou incorreto”. Com que base saberei se o endereço descrito nos objetos estão corretos? 30 postagens deste tipo em dois anos fecham a AGF.

As Franquias já vinham sofrendo retaliações por parte da antiga Diretoria Comercial. Podemos comprovar com o impedimento insano que temos para trabalhar com órgãos públicos.
Como as licitações são para encomendas expressas e não mais SEDEX, a concorrência ganha todas, pois a ECT não participa e nós somos impedidos.
Por isto até os órgãos subordinados ao Ministério das Comunicações estão trabalhando com a concorrência.
Isto é ou não é um tiro no pé???

Com o modelo proposto, com certeza a concorrência esta que é só sorriso! E nós estamos a passos largos de um grande FRACASSO.

Hosando Pereira de Souza
Presidente da ABRAPOS/RJ

Fonte: Abrapost/RJ