domingo, 14 de novembro de 2010

Correios usam crise para fazer gastos sem licitação

LEILA COIMBRA
ANDREZA MATAIS
DE BRASÍLIA

O esvaziamento dos Correios, que provocou uma crise na instituição, tem sido usado como justificativa pela estatal para contratações com dispensa de licitação que somam R$ 5,4 milhões.

Em quatro Estados --Acre, Ceará, Mato Grosso e Pará--, a direção nacional da estatal autorizou a contratação emergencial de empresas fornecedoras de mão de obra temporária e o aluguel de imóveis para a instalação de agências, sob o pretexto de evitar um apagão postal.

Essas contratações estão sendo feitas como parte de um plano emergencial que deveria ter sido extinto após a publicação de uma medida provisória que prorrogou os contratos das agências franqueadas dos Correios por mais sete meses.

Os contratos de quase 1.500 franquias venceriam em 10 de novembro e, para evitar o caos, os Correios elaboraram um plano de contingência que previa a contratação de pessoal de forma temporária e aluguel de imóveis e carros para a entrega de correspondências.

Mas este plano deveria ter sido abortado com a publicação da MP, em 14 de outubro.

Os contratos sem licitação são feitos pelas diretorias regionais, ocupadas em sua maioria por indicados políticos, mas com autorização da direção nacional.

No Pará, o diretor Carlos Roberto D'Ippolito foi indicado pelo deputado federal Jader Barbalho (PMDB-PA).

D'Ippolito é funcionário de carreira e foi assessor de Maurício Marinho, pivô do escândalo do mensalão, na diretoria de Operações dos Correios. Ele estava no cargo quando a imprensa divulgou vídeo de Marinho recebendo propina dentro do gabinete.

Neste ano, a diretoria no Pará contratou R$ 1,35 milhão com dispensa de licitação. Questionado se havia deficit de pessoal que justificasse a contratação de mão de obra, D'Ippolito afirmou: "Falta um bocado de gente".

DEMISSÕES

A justificativa dada pela diretoria da estatal é que existe um deficit de pessoal devido a um PDV (Plano de Desligamento Voluntário) realizado no passado e que os Correios realizaram a entrega de provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e de livros escolares.

No PDV, saíram 2,7% dos funcionários. Há um ano, está parado o concurso público para preencher 6.565 vagas.

Colaborou JOÃO CARLOS MAGALHÃES, de Belém

Fonte: Folha.com

4 comentários:

  1. Está tudo errado nesta empresa! Não faz licitação e quando faz, faz errado. Vejo o caso das licitações das agências de Correios. Colocaram um edital horrível, cheio de vícios, a ponto do poder judiciário já ter suspendido vários editais em todo Brasil. E o concurso, que absurdo, é claro que eles sabiam que isso iria acontecer. Eles não estão nem um pouco preocupados com os funcionários que estão se desdobrando para suprir a falta dos que foram embora no PDV.
    O que será que está acontecendo com esta empresa? Má administração? Corrupção? Má vontade? Desmando? Desleixo?
    Lula e Dilma, por favor, vejam com mais seriedade a ECT, ela é uma empresa nossa só que depende de vocês consertá-la. Nós não estamos lá, e o que estão não sabe fazer...

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  2. Olha, eu sou petista por ideologia, mas devo admitir que este governo não soube lidar com a ECT. Faltou pulso forte. Tipo, quem manda sou eu. O PMDB acabou com a empresa. Precisa de alguém com visão empresarial para tocar a ECT

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  3. Gente, gente, é mais fácil privatizar a ECT. Se depender de alguém do governo; a ECT continua do jeito que está ou... piora. E empresa é tão somente moeda de troca, o governo está se lixando se ela é bem administrada ou não, o que importa é quem ou qual aliança poderá U_S_A_-L_A.
    M. Oliveira - RJ

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  4. O PDV nada mais era do que parte do plano para desmantelar o Correio. Alguem queria fazer do nosso Correio o que fizeram na Argentina. Privatizaram e depois tiveram que reestatizar pois as empresas privadas não querem entregar o que não oferce lucros. "Quero ver quem vai entregar livros no xingu?"

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