sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Presidente dos Correios perde sustentação

André Borges | De Brasília

A situação já complicada na gestão dos CORREIOS ficou ainda mais difícil. A empresa não conseguiu derrubar a liminar do contrato firmado com a empresa MTA, pivô da crise na Casa Civil que culminou na queda da ex-ministra Erenice Guerra. A situação com sua rede de franquias se agravou ainda mais. Para completar, um novo episódio envolve agora uma das filhas do atual presidente da ECT, David José de Matos. Paula Damas de Matos foi empregada na Casa Civil por meio de indicação da ex-ministra Erenice Guerra. Nomeada assessora do gabinete da Casa Civil no dia 25 de junho, Paula tinha um contrato de prestação de serviços temporário, que venceria em outubro, mas a crise nos CORREIOS antecipou sua saída. Na terça-feira, Paula decidiu pedir exoneração do cargo.


Em entrevista ao Valor, Paula, de 26 anos, disse que a decisão foi tomada após uma conversa em família. Graduada em Direito, ela conta que trabalhava em São Paulo e que, no meio do ano, decidiu deixar o emprego e voltar para Brasília para terminar um curso de mestrado. O convite para trabalhar na Casa Civil ocorreu numa academia de ginástica, onde ela e seu pai se encontraram com Erenice Guerra. Por mês, Paula recebeu um salário de cerca de R$ 6,5 mil. "Não me arrependo de ter aceitado o convite, mas preferi preservar minha família e meu pai e me antecipar a um possível desconforto."


O novo capítulo não ajuda em nada a posição já combalida do atual presidente dos CORREIOS. David José de Matos assumiu a cadeira da ECT há 51 dias, por indicação direta de Erenice. Seu papel de evitar que a companhia entrasse em pane devido a problemas com sua rede de franqueados, mas já há muitas dúvidas sobre a sua permanência no cargo. Além de carregar o inevitável constrangimento causado pelo fato de ter sido colocado no cargo pela ex-ministra da Casa Civil, Matos ainda não conseguiu avançar na solução dos problemas que colocaram a empresa em crise. Um deles é o contrato de transporte aéreo firmado com a MTA. Na segunda-feira, Eduardo Artur Rodrigues Silva pediu exoneração da diretoria de operações dos CORREIOS. Silva é alvo de denúncias que apontam seu envolvimento com a empresa MTA. Sua função seria a de apoiar a MTA como instrumento para transformar os CORREIOS numa empresa de logística.


Embora Matos garanta que não foi encontrada nenhuma irregularidade no contrato com a empresa, a ECT tentou encerrar o contrato antes de seu vencimento, no dia 6 de novembro. A MTA chegou a ser desclassificada na contratação do serviço porque não apresentou a documentação necessária no prazo, mas a companhia recorreu da decisão e conseguiu garantir o acordo na Justiça. Os CORREIOS tentaram derrubar a liminar, mas ontem o juiz federal Rodrigo Navarro de Oliveira decidiu que o contrato será mantido.


Outra disputa judicial é a rede franquias. Das 1.415 franquias da ECT, apenas 215 estão em situação regular, após terem passado por processo de licitação. As demais, contratadas sem licitação, têm até o 10 de novembro para se regularizar, mas se negam a aceitar as condições comerciais impostas pela ECT. Até uma semana atrás, parte dessas franquias estava inclinada a ceder e aceitar as novas imposições dos CORREIOS, mas uma liminar movida pela Abrapost, associação que representa as franquias, conseguiu paralisar, mais uma vez, todo o processo licitatório.

Fonte: Valor Online

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