quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Correios esquenta briga com franqueados e concorrentes

Sílvio Ribas e Domingos Zaparolli (redacao@brasileconomico.com.br)

Sob fogo cruzado, David José de Matos completa amanhã (2) um mês na presidência da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), que tem registrado um alto volume de queixas entre seus usuários

Nos tribunais, a empresa, que durante anos foi referência de eficiência para os brasileiros, trava um braço de ferro com seus franqueados, que querem reajustar a tabela de preços dos serviços prestados, e outro com empresas de courier que, por sua vez, questionam a exclusividade dos Correios na entrega de impressos, talões de cheque, cartões e boletos bancários.

Um Projeto de Lei tramita no Congresso com o intuito de derrubar o monopólio postal estatal.

Ao mesmo tempo, está nas gavetas da Casa Civil uma medida provisória (MP) que transforma a ECT numa empresa de Sociedade Anônima (S/A), mantendo o capital fechado.

A proposta partiu da equipe do ex-ministro Hélio Costa e pretende preparar a empresa para entrar em novos negócios, como a abertura de agências no exterior e a criação de uma subsidiária de logística para dar conta das entregas.

A estatal já planeja até comprar aviões próprios para se livrar da dependência das terceirizadas. Mas o Planalto sinalizou que vai esperar o resultado das eleições presidenciais para decidir se edita ou não a MP.

A nova estrutura jurídica da companhia poderá reduzir a insatisfação dos usuários. A solução das pendências com concorrentes e parceiros de negócios tende a ser mais complicada.

A ECT conta com 1,4 mil franqueados e os contratos destes estão a pouco mais de dois meses do fim. Responsáveis por 42% das receitas dos Correios, a rede de franquias foi obrigada pela Lei 11.668/2008 a passar por um primeiro processo de licitação em 15 anos, o que ocorrerá em novembro.

Apagão postal

Pelo edital, as comissões dos franqueados ficarão entre 5% e 29%, proporcional ao volume movimentado. Pela tabela atual, os índices variam de 10% a 40%. Assim, o ganho médio cairá de 22,5% para 19,9%.

A ECT espera obter corte de custos com a renovação das prestadoras de serviços, de R$ 860 milhões para R$ 670 milhões. O advogado Marco Aurélio de Carvalho, porta-voz da Associação Brasileira de Franquias Postais (Abrapost) informa que 70% das licitações estão suspensas pela Justiça por ações que questionam o edital de licitação. Ele sustenta ainda a tese de colapso dos serviços postais no fim do ano.

Os Correios descartam o risco de um "apagão postal". Matos, o novo presidente, já avisou que tem reservados até R$ 426 milhões para financiar um plano emergencial destinado a cobrir lojas fechadas. E Mário Renato Borges da Silva, chefe do Departamento de Relações Institucionais dos Correios, afirma que a rede franqueada representa apenas 12% dos 12 mil pontos de atendimento, sendo a estatal responsável pela operação logística mais complexa.

"Nossa expectativa é contar com, no mínimo, 400 franqueados ao fim da licitação, além de reverter quase todas as ações na Justiça", diz Silva.

Fonte: Brasil Econômico

6 comentários:

  1. O Presidente da ECT afirma que não vai ter apagão postal e que vai atender toda a população que hoje usa os serviços dos Correios nas lojas franqueadas. O senhor pode nos dizer com que qualidade pretende fazer isso. Pois se hoje o atendimento nas suas agências próprias é um desastre, imagina quando fecharem as agências franqueadas. Por um acaso o senhor tem algum plano de contingência para qualidade de atendimento? Hoje os clientes estão satisfeitíssimos com o atendimento diferenciado das Franquias
    Katarina Borges-SP

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  2. Moderador(a)...olha esta este link e veja se é interessante postar isso: http://www.gaz.com.br/noticia/98130-ministro_do_tcu_nao_ve_irregularidade_em_carta_dos_correios.html


    Eduardo

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  3. Não só atendimento nas agências próprias é um desastre. A frota da ECT, está toda sucateada, caminhões velhos, carros sem a devida manutenção os quais transportadora alguma permitiria o transporte de suas encomendas. Só o correio mesmo ....conseguiu tanto dinheiro para um plano de contingência com a finalidade de acabar com a rede franqueada, e a sua frota ....uma catástrofe. É com esses carros que a ECT pretende fazer coleta nas empresas?
    O presidente da ECT está no cargo há um mês e ele precisaria ir até um CEE, uma agência para saber o caos em que se encontram. Até agora ele ele só teve tempo de negar a verdadeira situação dos correios e tentar diminuir os franqueados, aqueles que ajudaram a ECT a sair do buraco a partir de 1989.
    Será que os clientes vão continuar a confiar na ECT sem a presença dos franqueados?

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  4. O que era a empresa CORREIOS , sinonimo de bons serviços e de eficiencia, nao isso que esta ai hoje, so escuto reclamaçao de atrasos e de falta de atençao ... que saudade de FHC!!!

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  5. Uma nova chacina-trabalhista está em curso!

    Os milhares de trabalhadores das franquias da ECT em todo o Brasil, devido à insensatez da direção dos correios, estão com seus postos de trabalho ameaçados.

    Desprovidos de qualquer sensibilidade, a ECT, vem promovendo um desmanche na estrutura de franqueadores, que presta os melhores serviços postais, a população. Um reconhecimento da eficiência é a atitude dos usuários, que utilizam preferencialmente as agências franquiadas, em detrimento das agências próprias.

    Embora, detenham 15% das lojas, os franqueados contribuem com de 40% do faturamento da ECT. Diferença, explicada, principalmente, devido ao atendimento cordial e eficiente dos funcionários das franquias.

    Os trabalhadores das franquias da ECT estão inseguros! Sobre estes abnegados trabalhadores está a fúria do poder do aparelhamento da maquina pública.

    Ao desconsertar a estrutura das franquias, que é inegavelmente, eficiente, acaba por deixar vulnerável, sujeito ao desemprego, toda esta massa de trabalhadores, atingindo conjuntamente suas famílias.

    Uma sucessão de maldades, justamente, contra aqueles quem só fizeram por se dedicar a aprimorar os serviços da ECT por tantos anos.

    É importante, que estes trabalhadores saibam que podem e devem com suas famílias, manifestarem seu repudio contra este tipo de manobra oportunista.

    Entre outras providencias, que se manifestem por e-mails e por cartas, enviando aos deputados e senadores, mensagens explicando o óbvio; Que os postos de trabalho constituem um patrimônio familiar, portanto, um bem inalienável e que devido à irresponsabilidade da ECT estão com seus postos de trabalhoameaçados.

    Infelizmente não podem contar com os sindicatos, que hoje, mais parecem com uma agência reguladora, sempre a serviço do executivo federal.Completamente desfigurados da sua verdadeira obrigação.

    A restatização dos correios ou a redistribuição das franquias, para os companheiros, em nada beneficiará a população, como está em curso, uma nova degola no pescoço do trabalhador. Contem comigo!

    Silva Filho Grilo é candidato a Deputado Federal pelo DEM-RJ nº 2577

    contato@silvafilhogrilo.com.br

    www.silvafilhogrilo.com.br

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  6. Enquanto os Correios brigam com os franqueados, tentando sufocá-los de vez com o "plano de contingência" ou devagar com os termos e condições do Edital de licitação que ainda continua em discução judicial, os concorrentes estão festejando, aumentando faturamento e lucratividade.
    O melhor plano de contingência, sr. presidente dos Correios, seria sentar com os representantes dos franqueados e, com boa vontade e responsabilidade, resolver de vez essa guerra que não interessa nem aos Correios, nem aos franqueados, nem ao povo e, principalmente, nem ao Brasil.
    L.C.Bossato
    São Paulo

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