quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Em sabatina, Hélio Costa defende equipe dos Correios demitida por Lula

DE SÃO PAULO

O candidato do PMDB ao governo de Minas Gerais, Hélio Costa, defendeu, em sabatina realizada nesta quarta-feira pela Folha e pelo UOL, a equipe dos Correios demitida em julho pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As indicações foram feitas Costa à época em que era ministro das Comunicações.

Lula seguiu recomendação de Erenice Guerra (Casa Civil) e Paulo Bernardo (Planejamento), que foram escalados para fazer um raio-X da instituição em junho.

O relatório apontava três problemas: 1) atraso na licitação de 1.429 franquias cujos contratos vencem em novembro e que podem causar um "apagão postal"; 2) logística falha; 3) demora na realização do concurso público que atraiu mais de 1 milhão de inscritos.

"Falar mal dos Correios é uma coisa de mau brasileiro que não conhece a empresa que ganhou por 7 anos consecutivos o título de empresa de maior credibilidade do país. Está presente em todos os municípios e tem qualificação internacional", disse Costa.

O candidato defendeu o presidente dos Correios e o diretores demitidos.

"O presidente é um funcionário público da Caixa há 25 anos, e os diretores dos correios são funcionários de carreira que eu insistentemente preservei. Foi uma boa gestão, honesta e correta. Quando chegamos, encontramos os Correios saindo de um crise. Eu pegava o clipping de imprensa, todas as páginas citavam a CPI dos Correios. Durante 5 anos trabalhamos para recuperar a imagem de seriedade e honestidade."

LEI POSTAL

Segundo Costa, os problemas enfrentados pelos Correios são decorrentes da antiguidade da lei postal, de 1978.

"Lamentavelmente é muito antiga. Só da o direito de entregar carta. O resto é competição internacional. Ninguém quer entregar uma carta lá no interior do amazonas ou no Vale do Jequitinhonha."

O peemedebista contou que ele e sua equipe procuraram empresas como TAM, Varig e Gol para trabalharem na logística das entregas postais, mas afirmou que nenhuma delas quis por causa dos valores que os Correios podem pagar.

"As empresas antigas, que estão com as coisas caindo aos pedaços, é que aceitam."

LOBBY

Segundo ele, há um lobby muito forte em Brasília pela privatização da empresa, feito pelas multinacionais.

"Eu não sei se tem políticos juntos. Sei que tem muita gente interessada. Os Correios têm uma movimentação de R$ 12 bilhões. Todo mundo que trabalha nesse lobby fala mal dos Correios"

Costa defendeu o sistema de franquias, criado pelo governo Fernando Henrique Cardoso. Segundo ele, como um "presente a amigos".

"No caso dos franqueados, temos que entender que a empresa, que está lamentavelmente impedida, apresentou um serviço mais moderno através das franquias. Agora, é uma disputa comercial entre as franquias e os próprios correios. O que não se pode é deixar que esse equilíbrio seja prejudicado. Porque aí seria a privatização."

Sobre a acusação feita ontem pelo seu adversário Antonio Anastasia (PSDB) de que o problema não saiu na imprensa mineira, Costa insinuou que a mídia local privilegia o grupo de Aécio.

"Não sou eu que tenho essa primazia. Não sou governo. Sou oposição ao governo estadual. E não tenho nenhum órgão de imprensa que esteja alinhado com o governo federal."

Fonte: FOLHA.com