Eles protestam contra Medida Provisória que busca transformar estatal em sociedade anônima; 'Será a concretização de um projeto de sucateamento'
Gazetaweb - reportagem de Bruno Soriano
Funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos realizaram, nesta terça-feira (18), protesto na Rua João Pessoa, antiga Rua do Sol, no Centro de Maceió, com o objetivo de impedir a aprovação de medida provisória que, de acordo com o Sindicato dos Servidores dos Correios do Estado de Alagoas, visa ao sucateamento do serviço público, transformando a estatal em sociedade anônima - o que colocaria em risco a estabilidade conquistada pelos trabalhadores.
"Este é a conclusão de um projeto de sucateamento implementado a nível nacional, já que, transformado-a em empresa comum, os servidores perderão o que conquistaram com a ordem jurisprudencial de número 247, do Supremo Tribunal Federal, que assegura certa estabilidade ao funcionário, de modo que este não possa ser demitido sem um motivo plausível", avaliou José Balbino, presidente do Sindicato da categoria.
Ainda de acordo com Balbino, os servidores também protestam por melhores condições de trabalho. "Nós aguardamos, desde março do ano passado, a realização de concurso público, já que nosso pessoal continua a sofrer com a sobrecarga de trabalho, sobretudo aqueles que realizam o serviço Sedex [entrega rápida]. A grande maioria está trabalhando, com equipamentos obsoletos, mais de oito horas por dia, como os carteiros, por exemplo", argumentou o sindicalista.
Para ele, passada à condição de empresa comum, a estatal deverá perder várias agências no interior do Estado, 'já que a lógica do lucro prevalecerá'. "Aquelas agências que não forem rentáveis serão extintas, o que acarretará na demissão de muitos trabalhadores, gerando assim um problema social, tanto para os servidores dos Correios, quanto para a comunidade em geral", analisou José Balbino.
O presidente do Sindicato dos Servidores dos Correios revelou ainda que, no próximo dia 26, os servidores cruzarão os braços por 24 horas, em paralisação nacional, de modo a sensibilizar o Congresso no sentido de se barrar a proposta. "A nossa sorte é que estamos em ano eleitoral, quando as atenções dos politicos se voltam para a disputa nas urnas", salientou.
O Governo Federal vê a medida como necessária 'porque modernizará os Correios, com o objetivo de fazer frente à competição internacional'.
Fonte: Gazetaweb.com
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